Quais são os sistemas sensoriais?

O sistema tátil é responsável pela perceção de sensações como a temperatura, dor, pressão, texturas, formas e tamanhos. O sistema auditivo é o sistema responsável por reconhecer os sons do ambiente, realizar o processamento e discriminação auditiva. O sistema visual é aquele que deteta e interpreta luz e imagens, sendo depois analisado pelo cérebro que sintetiza e direciona informação para os restantes sentidos. O sistema gustativo é responsável por reconhecer o sabor sobre a língua através de papilas gustativas que enviam a informação ao cérebro. É então responsável por distinguir doce, salgado, amargo e azedo. O sistema olfativo assegura a captação e reconhecimento de odores. Encontra-se intimamente ligado ao sistema gustativo. O sistema proprioceptivo é o sistema sensorial que permite perceber a localização, a força exercida pelos músculos, posição de cada parte do corpo em relação às demais e orientação do corpo no espaço. O sistema vestibular é formado por um conjunto de órgãos da orelha interna, o que contribui para manutenção do equilíbrio. Esse sistema deteta as informações importantes como o balanceio, alterações gravitacionais, movimentação e deslocações do corpo. Existe ainda um outro sistema, ainda pouco explorado que implica com as sensações viscerais e internas e logo com a consciência associada à fome, dor, náusea: a interoceção. Quando se verificam alterações na forma como os estímulos são processados e integrados, observamos muitas vezes alterações que implicam com o dia-a-dia da criança, o bem-estar e a independência. Quando se observam então estas necessidades, é nos Terapeutas Ocupacionais especializados na abordagem de Integração Sensorial que os vossos príncipes e princesas se deverão apoiar.

 

Como a Integração sensorial de Ayres pode ajudar na disfunção do processamento sensorial?

A Integração Sensorial de Ayres é uma abordagem terapêutica desenvolvida pela terapeuta ocupacional A. Jean Ayres, que se foca no processamento adequado das informações sensoriais pelo cérebro. A teoria parte do princípio de que o cérebro precisa organizar e interpretar devidamente os estímulos sensoriais (como toque, movimento, som e visão) para que a pessoa possa responder de forma apropriada ao ambiente.

Aqui está um resumo de como funciona:

1. Receção dos Estímulos Sensoriais:

O cérebro recebe informações de diferentes sistemas sensoriais, como:

  • Sistema Tátil: sensações de toque e pressão na pele.
  • Sistema Vestibular: relacionado com o movimento e o equilíbrio.
  • Sistema Proprioceptivo: perceção da posição e do movimento do corpo.
  • Sistema Visual: informações recebidas pelos olhos.
  • Sistema Auditivo: estímulos sonoros.

2. Processamento Sensorial:

O cérebro integra estas informações e determina como o corpo deve responder. Para que as respostas sejam eficazes, o processamento sensorial precisa ser adequado. As crianças com dificuldades de integração sensorial podem ter problemas em processar estas informações, resultando em respostas exageradas ou insuficientes.

3. Respostas Adaptativas:

Se o cérebro processa as informações sensoriais de forma eficaz, pode gerar uma resposta apropriada, chamada resposta adaptativa. Por exemplo, uma criança que processa bem as informações vestibulares e proprioceptivas consegue equilibrar-se numa prancha de equilíbrio sem dificuldades.

4. Dificuldades de Integração Sensorial:

Quando há disfunções na integração sensorial, a pessoa pode apresentar dificuldades em várias áreas, como:

  • Hipersensibilidade ou Hipossensibilidade: Reações exageradas ou diminuídas a estímulos (ex.: evitar certos tipos de toque ou procurar movimentos excessivos).
  • Problemas de Coordenação Motora: Dificuldade em realizar movimentos precisos ou coordenados.
  • Atenção e Concentração: Dificuldade em focar-se ou em processar múltiplos estímulos ao mesmo tempo.

5. Intervenção Terapêutica:

A terapia de integração sensorial envolve atividades que ajudam a criança a experimentar e a organizar os estímulos sensoriais de forma mais eficaz. O terapeuta cria um ambiente controlado, com atividades como balançar, escalar, rebolar e tocar, que estimulam diferentes sistemas sensoriais, com o objetivo de melhorar o processamento e a resposta adaptativa.

O objetivo da abordagem de Ayres é permitir que as crianças participem em atividades do quotidiano de forma mais funcional, melhorando a sua capacidade de aprendizagem, comportamento e desenvolvimento motor.

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